20% das plantas no mundo correm risco de extinção, diz pesquisa

Uma pesquisa divulgada recentemente pelo centro botânico Kew Gardens, de Londres, aponta que cerca de 20% das plantas do mundo correm risco de extinção, ameaçadas principalmente pela agricultura, por conta especialmente da lavoura extensiva. Mas doenças, pesticidas e também as alterações climáticas aparecem como fatores prejudiciais à sobrevivência das mais de 391 mil espécies de plantas analisadas pelos pesquisadores, nesse estudo que foi considerado o primeiro grande censo global da flora.

No Brasil, porém, essa ameaça já é conhecida e confirmada em relevantes publicações como o primeiro “Livro Vermelho da Flora do Brasil”, no final de 2013, pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), entidade vinculada à Diretoria de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a partir de um estudo com mais de 4 mil espécies nativas. Ao todo, o território brasileiro tem perto de 44 mil tipos de espécies catalogadas. De acordo com o estudo realizado no país, a agricultura extensiva é também a principal responsável pela ação contra a sobrevivência das nossas plantas.

“O Brasil concentra de 11% a 14% da diversidade de plantas do mundo, nosso patrimônio é enorme. Mas é preciso conhecer muito bem e saber cuidar do meio ambiente, compatibilizando a crescente necessidade mundial de alimentos, através da agricultura, com medidas que permitam preservar áreas estratégicas para a conservação da biodiversidade, evitando assim que o desaparecimento progressivo acabe eliminando ou mesmo comprometendo irremediavelmente toda essa nossa riqueza”, diz Iracema Helena Schoenlein-Crusius, membro do CRBio-01 – Conselho Regional de Biologia – 1ª Região (SP, MT e MS). Para a Bióloga, os desdobramentos que a pesquisa do centro britânico deve estimular no combate à extinção de algumas espécies pelo mundo podem, além de incentivar ações por aqui, servir como referência para outras ações.

Das espécies analisadas aqui pelo CNCFlora, 45,9% foram classificadas como ameaçadas e enquadradas nas categorias “Vulnerável”, “Em Perigo” e “Criticamente em Perigo”. “É importante lembrar que a elaboração de medidas de recuperação e preservação ambiental depende da avaliação do grau de perda ou do comprometimento da biodiversidade de determinado local. Assim, a necessidade de se conhecer a biodiversidade dos ambientes, preferencialmente antes dos impactos, justifica a relevância das pesquisas básicas em áreas preservadas, pois estas promovem os levantamentos que traduzem o estado da arte da vegetação original dos ecossistemas”, finaliza Iracema.

Fonte: Ex-Libris Comunicação Integrada, Assessoria de Imprensa do CRBio-01