Rio apresenta ações para recuperação e conservação da Mata Atlântica

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A região noroeste fluminense, que reúne 13 municípios, e tem uma das áreas de Mata Atlântica mais devastada do estado, vai ganhar seis unidades municipais de Conservação (São Fidélis, Porciúncula, Cambuci, Aperibé e duas em Natividade). Os decretos de criação das unidades foram assinados hoje (3) em cerimônia que reuniu os prefeitos e o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

“Foram criadas aqui seis unidades de conservação que totalizam quase 20 mil hectares [um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados,o equivalente a um campo de futebol oficial] na região mais desmatada do estado. Porque o nosso objetivo não é parar o desmatamento, isso a gente praticamente já parou. A gente quer dobrar a Mata Atlântica, e a gente quer incentivar mais exatamente na área que tem mais desmatamento que é o noroeste fluminense”, disse o secretário.

Juntas, as unidades vão somar 19.584 hectares, protegendo 295 nascentes e cinco espécies ameaçadas de extinção: jacutinga, chuá, tatu-bola, macaco-prego e sagui-da-serra-escura. Mais três unidades estão previstas para os municípios de Santo Antônio de Pádua, Itaocara e Bom Jesus de Itabapoana.

A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, também presente à cerimônia, informou que o governo do estado se comprometeu a plantar 24 milhões de mudas, com prioridade para áreas devastadas na região Noroeste. “É uma região que foi muito devastada, que sofre com inundações frequentes, degradação ambiental frequente, é muito importante nós recuperarmos parte dessa cobertura florestal que foi perdida, dando àquela região uma condição de biodiversidade melhor”, declarou.

Para o secretário do Ambiente de São Fidélis, Leandro Peixoto, os municípios do noroeste e dois da região norte se uniram para fazer projetos relacionados ao meio ambiente e pedir ajuda ao governo do estado.

“Os planos municipais visam à restauração e conservação da área de Mata Atlântica, no âmbito do noroeste, em vista da necessidade de recuperação da área”, disse o secretário ao se referir à área de mata nativa devastada pela lavoura de café e depois pela agropecuária extensiva, sem um planejamento adequado. “Então, estamos recuperando isso, como forma de manutenção da biodiversidade, dos recursos hídricos da conservação da condição de oxigênio, inclusive que isso aconteça e nos abasteça nesta geração e nas gerações futuras”, completou.

A diretora de projetos e da rede das águas da Fundação SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, avalia que as ações dos municípios para a recuperação das áreas devastadas é um avanço em meio ao retrocesso que a legislação ambiental tem sofrido.

“Principalmente os planos municipais da Mata Atlântica, que são aqueles que vão tratar do ordenamento territorial, que vão colocar em prática, tirar do papel a Lei da Mata Atlântica (Lei 11.428/2006), são vistos para nós como um antídoto contra o retrocesso que a mudança no Código Florestal Brasileiro trouxe para a conservação ambiental”, ressaltou.

Edição: Aécio Amado

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